domingo, 23 de junho de 2013

As manifestações e a democracia brasileira (Para Raniel Nascimento)

Raniel, brother, você me agradeceu pela aula, referindo-se ao texto que publiquei no meu mural apresentando minha opinião sobre as recentes manifestações que marcaram os últimos dez dias da vida do nosso país, o que chamou também a atenção do mundo para o país do futebol. Ô irmão, foram algumas reflexões que me ocorreram naquela noite tão marcante. A juventude é sempre o sinal e a o instrumento de concretização de tempos de mudança, quando vai para rua e grita que não aceita a hipocrisia, a manipulação, a mentira. Uma nova geração que entende o papel político do povo, o grande soberano, está se materializando. A realidade de um modelo de Estado (RES PÚBLICA) caro e mau gerido por uma classe política que se desconectou do seu grande mandatário (o povo) e que se encastelou em seu pequeno universo de tretas e de regalias está com os dias contados. Político não pode mais ser visto no Brasil como um glorioso e nobre artista global, mas como um mero servidor do povo que só é útil quando cumpre essa missão. Em outra situação de inutilidade deve ser extirpado do poder. Essa velha geração política que é herdeira da ditadura, que não entendeu o seu papel na construção de uma autêntica democracia que deve de fato se fundamentar na VONTADE GERAL, nos interesses públicos da SOCIEDADE CIVIL, está fadada ao fracasso. O povo está encontrando mecanismos de controle da atividade da classe política. A internet é uma ferramenta que serve a esse propósito. Quem quer ser político nesse novo paradigma deve indubitavelmente ouvir continuamente o povo, deve gostar de povo, deve estar no meio do povo. Deve sair dos castelos, dos seus confortáveis gabinetes... Deve mais que representar o povo, ser povo também. É sintomático, Raniel, que o país do futebol, do carnaval, das novelas, e do programa de auditório, tenha ido às ruas. É extraordinário que até mesmo em dia de jogo da seleção milhares prefiram ir às ruas do que ficar em casa. Esse país inventado pela globo, durante a ditadura, como bem nos alertou o documentário Muito Além do Cidadão Kane da BBC, produzido no início dos anos 1990, deve ser reinventado, e para melhor, para muito melhor. Salve irmão!

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