sábado, 31 de outubro de 2015

Ataques a Simone de Beauvoir por ocasião de citação de sua obra no Enem


As trevas da ignorância e o Enem!

E as trevas da ignorância fazem que algumas pessoas, repletas de boa vontade, se incomodem com o tema de redação do Enem e com a citação de uma passagem da obra Segundo Sexo de Simone de Beauvoir. Ignoram a grandeza e a importância social de tal temática e partem para o ataque quando deveriam aplaudir esse processo seletivo, o mais democrático meio de acesso à Universidade Pública da história do país. Estranhamente parece que não ficam chateados (pelo menos não a expressam aqui) com as agressões e mortes diárias de mulheres no Brasil por causa dessa cultura tosca e machista de um país que oprimiu e continua oprimindo mulheres no curso de sua história? Começam a recorrer a ataques à vida privada dos pensadores e cientistas. Eles não são clérigos! O conhecimento acadêmico afirmou-se laico desde o advento da Revolução Cientifica e Francesa. Os pensadores são homens e mulheres com seus erros e acertos que devem ser considerados, inclusive nos textos e contextos corretos! Mas que coisa, ei
enhin? Ignoram o texto, a obra dos autores, e partem pro ataque pessoal. Julgam de forma fundamentalista obras que nunca leram. Como recentemente deixou claro o Papa Francisco, reprovável é a conduta de inúmeros clérigos que praticaram pedofilia e dos bispos que a encobriram. E a própria  história já reprovou aqueles misóginos que queimaram mulheres aos montes nos macabros  rituais da Santa Inquisição.  Repreensíveis foram aqueles eclesiásticos que abençoaram a escravidão e que mantinham eles próprios seus escravos. Escravidão que fez de milhares e milhares de mulheres negras, mucamas (escravas sexuais) de homens sérios e bons pais de família. Repreensíveis são aqueles que se calaram covardemente diante do nazifascismo, por se beneficiarem dessa enojada relação com as forças totalitárias do Mal. Repreensíveis são esses parlamentares machistas que agridem suas colegas parlamentares no plenário e insistem em avançar com o retrocesso machista. Repreensíveis são aqueles que fazem uso da piedade e a boa vontade dos seus fiéis, afirmando-se pastores do povo, para mantê-los menores pelo resto da vida. Temos sim que reconhecer a necessidade de avançar o debate sobre a PERSISTÊNCIA DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO BRASIL. Temos que tratar os pensadores como homens comuns e não como seres sagrados. Temos que debater suas ideias, sem falácias 'ad hominem'. Aceitando-as ou refutando-as com argumentos lógicos.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Feliz dia do professor e da professora

Feliz noite do professor!

Faço minhas as palavras do eterno Gonzaguinha: “Viver e não ter a vergonha de ser feliz, cantar a beleza ser um eterno aprendiz. Eu sei que a vida devia ser bem melhor e será, mas isso não impede que eu repetia: É bonita, é bonita e é bonita”.
Hoje é o dia do professor. Aqui em Goiás, em geral, estamos trabalhando em sala de aula nesse dia a nós dedicado. A data não é considerada no calendário oficial das escolas feriado. Algumas instituições fazem permutas, concedendo folga ao professor em outro dia. Mas a grande maioria delas nem isso faz. No máximo oferecem um lanche comemorativo.
No meu imaginário vem muitas recordações desses quase vinte anos de sala de aula. Quando comecei era início do ano de 1997. Recordo-me quando entrei em sala de aula pela primeira vez. Ao abrir a porta da sala de aula encontrei várias crianças na faixa etária de dez anos, com olhos brilhantes e arregalados, cheios de vida olhando para mim. Eu tinha a missão naquele tempo de ensinar filosofia para crianças. Como foi empolgante perceber como as crianças são autênticos pensadores. Cheias de perguntas e ideias. De lá para cá foram tantas experiências. Anos e anos dedicados ao ensino médio e superior. Trabalhei em tantas escolas. No ensino superior formei advogados, administradores, pedagogos, engenheiros, filósofos entre tantas outras profissões.
Acordei hoje me perguntado o que é ser professor e o que isso significa para mim. Hoje será um dia longo. Estarei em sala de aula nos três turnos. Começo agora, sete da manhã, e só termino por voltas das vinte e duas horas.
A primeira imagem que me vem para compreender o meu fazer, e o seu sentido, é aquela do semeador, utilizada já antes de Cristo pelos sofistas gregos, primeiros sistematizadores da educação no nosso mundo ocidental. Ser professor é lançar sementes, é cuidar da terra, cultivá-la. Encontramos terrenos mais férteis e outros mais áridos. Mas nossa missão é criar as condições para que a vida germine, para que a humanidade floresça e dê muitos frutos de civilidade, de sensibilidade, de criatividade, de fraternidade e solidariedade.
A educação institucional, nesses tempos de prevalência de uma racionalidade instrumental, reduziu-se à adequação, à adaptação. Os professores têm como missão, especialmente no ensino médio e superior, preparar os discentes para a inserção na dinâmica da produção e consumo.
O sucesso do nosso trabalho, portanto, está diretamente relacionado aos índices de aprovação nos sistemas nacionais de avaliação. Nossa missão é mesmo de treinar nossos alunos para realizarem provas. A escola tornou-se uma sede de produção em série, ininterrupta de avaliações. A mecânica da sala da aula, a rotina dos procedimentos, a racionalizações dos processos, o controle rígido do cronômetro, das horas, dos minutos e dos segundos. O calendário de aulas, provas e a contagem regressiva para o dia da avaliação do Enem ou do Enade é a bússola que orienta nossa direção.
Por vezes, essa mecânica escolar própria de uma racionalidade que não pergunta os “para quês” do que faz, torna nosso ambiente de trabalho educativo robotizado, frio e até mesmo desumano se pensarmos que o afeto e a sensibilidade são dimensões centrais de nossa humanidade.
Nessa lógica, recordo-me de Friedrich Nietzsche e arrisco pensar como seria uma educação nietzschiana. Certamente não seria “apolínea”, mas permitiria que o “dionisíaco” desse vasão à nossa vontade de potência, o que faria a vida fluir. Seria uma escola onde a criação, a música, a dança, o experimento, a alegria e os sentimentos mais nobres estariam nos ares o tempo todo...
...Comecei esse artigo pelas sete horas da manhã e não consegui termina-lo pois fiquei em sala de aula durante a manhã, a tarde e noite. Acabei de chegar em casa. São vinte e três horas do dia 15 de outubro de 2015. Estou exausto, mas incrivelmente vivo, cheio de disposição. Minha família já dorme. Estou assistindo o programa Diálogos transmitido pela Globo News que entrevista o professor de direito Dalmo Dallari, emérito da USP. Ouço com muita satisfação a análise do catedrático, embasado na Constituição Federal, sobre a impertinência dos pedidos de impeachment que são apresentados contra a mandatária da nação. Concluo então que o grande mal dessa nação é a ignorância. O professor Dallari faz uma reflexão sóbria sobre a inconformação da oposição com a derrota, o que afunda o país numa crise política que se materializa e se agrava como crise econômica. Sim a ignorância aqui não é só gnosiológica. É acima de tudo moral, espiritual. Ela é a expressão do atraso, do primitivismo civilizacional, que se converte em corrupção e outras formas desviantes de conduta.
Pois bem, voltemos a nossa questão central. O que é ser professor para mim? Não vejo minha profissão com heroísmo. Sei dos seus limites. Sei como são diferentes as realidades dos professores da rede pública e privada, dos níveis diferentes de ensino. Sei como a mercantilização e a proletarização da profissão professor intensificada depois da década de 1980 provocou a depreciação da carreira docente. O professor passou a ser um meio, um instrumento, uma máquina de dar aulas e gerar mais-valia para os proprietários das instituições de ensino. Reduziu-se a transmissor de saberes vistos, prontos, apostilados, acabados. Todas as pedagogias foram reduzidas à tradicional, magistocêntrica.
Muitos alunos e até mesmo proprietários das instituições de ensino veem os seus docentes como pessoas que, não conseguindo ser médicos, engenheiros ou empresários, foram condenados a ser professores. Temos que conviver também com a visão negativa e passiva de muitas discentes, vítimas desse sistema de adequação e treinamento, que não nos admiram efetivamente, mas olham para nós como alguém que jamais seriam enquanto profissionais.
Assim, não vejo o professor como um herói, um idealista, uma madre Tereza ou São Francisco de Assis. Somos trabalhadores, movidos por sonhos pessoais de realização. Mas sabemos dos efeitos políticos e sociais do nosso trabalho. Somos nós que mantemos esse sistema funcionando na medida que formamos todos os profissionais que o operam. Somos a alma da rasa subjetividade brasileira e da efetiva objetividade dessa sociedade da produção e consumo.
Nossa profissão é, finalmente, eminentemente política. A proletarização e fragmentação da educação em pequenas e grandes empresas de ensino gera em muitos a sensação de isolamento, de desânimo diante da luta necessária para melhorar as condições reais de salário e de trabalho.
Na medida que tomamos consciência de nossa força, de que unidos podemos mudar a realidade da educação, da política, podemos exigir avanços em nossos direitos. Temos condições efetivas de vitória e isso deve nos encher de esperança. Ser professor, portanto, é ser um lutador do começo até o fim. Alguém que não abre mão de ser um grande mestre, um brilhante educador e nem de seus direitos. Ser professor é lutar sempre por conquistas não só para sua categoria, mas para todos os trabalhadores, absoluta maioria do povo brasileiro.
Ser professor é ser a expressão da consciência que fomenta a construção de uma subjetividade brasileira rica em arte, filosofia, sensibilidade e justiça. Ser professor é ter os pés no chão e a partir de aí mirar nas estrelas e saber que há um universo para se conhecer e conquistar. Ser é ser a força revolucionária que impele a todos a ser humanos melhores.
                           




sábado, 10 de outubro de 2015

Deputados rezam

Deputados rezam Pai Nosso e servem ao dinheiro

Deputados rezam pai nosso e no dia a dia votam contra o povo, fazem leis injustas, massacram o trabalhador, retirando-lhes direitos - a terceirização é o caso mais terrível. Rezam e depois defendem que a população seja armada. Rezam e aprovam o financiamento privado de campanha que abre as portas para a corrupta relação entre o Estado e as empresas. Rezam e querem reduzir a idade penal ao invés de se dedicarem ao fundamento constitucional que determina que crianca e adolescentes são prioridades das políticas do estado, no caso educação, desporto, profissionalização... Rezam e querem acabar aos poucos com o SUS, para enriquecer mais ainda seus financiadores dos planos de saúde, pregando o povo, especialmente os mais pobres, na cruz da falta de atendimento público de saúde. Rezam e vociferam contra os programas de assistência social que atendem os excluídos do sistema. Rezam e se tornam seviçais do dinheiro graúdo, do deus dinheiro. Rezam o pai nosso e não entendem sequer o sentido dessa oração: a vontade de Deus não pode ser a injustiça por eles praticada. E eles não podem esquecer que o pão nosso de cada dia do trabalhador será retirado com as leis injustas que eles mesmos aprovam no Congresso. Eles rezam e querem pregar o trabalhador na cruz da terceirização. E não entendem que o maior mal é a ignorância que levou o próprio mestre à cruz, vítima das calúnias dos opressores políticos romanos e das autoridades religiosas do judaísmo que viam nele um perigo de revolução. Rezam e usam a religião como plataforma eleitoral, fazendo das suas igrejas currais eleitorais. Rezam e pregam o ódio e o precoceito contra as minorias. Rezam e se escondem no verniz moralista que nunca se indigina com a injustiça. Rezam e não sabem o que é ao amor do mestre que acolhe a prostituta, salvando-lhe a vida, ao invés de incentivar seu apedrejamento. Rezam e saem dizendo por aí que bandido bom é bandido morto. Rezam e depois disseminam o ódio, o preconceito e a intolerância. Rezam e se parecem mais com os fariseus e saduceus que gostavam de aparecer como bons homens e serem louvados por suas boas obras e belas vestes, que viviam de aparência, que faziam longas orações em público mas se esqueciam do fundamental, a justiça. Fariseus e saduceus que traíram seu povo, fazendo conchavos com César para se beneficiarem, massacrando o povo pobre. A árvore se conhece pelo fruto. E o fruto que esse Congresso tem produzido é um abrolho!

Escolher um amigo

Amigo

Escolhemos nossos amigos não por serem belos, ricos ou pobres, sem defeitos ou perversos, por serem ou não nossos parentes, ou mesmo por pensarem como nós. 
Escolhemos nossos amigos porque os amamos, porque conhecemos sua história e porque o respeito em plena reciprocidade solidária é a marca mais efetiva da relação. A amizade verdadeira se concretiza nas atitudes de cuidado, na compreensão de como nosso amigo se tornou o que é a partir da sua história, com suas venturas ou desventuras. A amizade só é amizade se é pautada nas nobres ações que vão além da utilidade. Dizia o grande filósofo grego Epicuro:

'De todas as coisas que nos oferece a sabedoria para a felicidade de toda a vida, a maior é a aquisição da amizade.

Toda a amizade é desejável por si própria, mas inicia-se pela necessidade do que é útil.

Não temos tanta necessidade da ajuda dos amigos como de confiança na sua ajuda.

A natureza, única para todos os seres, não fez os homens nobres ou ignóbeis, mas sim as suas ações e as disposições de espírito'.

Sem dúvida a relação de amizade é acima de tudo uma relação de justiça,  pois é difícil amar aqueles que reiteradas e cotidianas vezes são injustos conosco, ainda que nos esforçamos.
Somos amigos quando sabemos a hora de estender a mão, encorajar, e mostrar um horizonte esplendoroso e juntos contemplarmos e saborearmos a beleza misteriosa que é viver! Felizes são aqueles que tem amigos de verdade.
Um forte abraço às minhas amigas e aos meus amigos!!!

Razões históricas do ódio de classe

Ódio de classe

Uma tal atitude de ódio de classe só pode vir dos herdeiros da casa grande, daqueles que seus bisavós ou tataravós foram contrários à abolição dos escravos pois tal lei quebraria o Brasil. Só pode vir daqueles que sua geração anterior aplaudiu a ditadura e a apoiou mesmo com o prejuízo de milhares de vidas. Só pode vir dessa gente que não aceita a ascensão dos pobres, pois sabe que isso coloca em risco seu lugar, sua vaga, sua posição privilegiada nas relações sociais de produção e consequentemente de poder. E é exatamente por isso e não por outro motivo que são contrários a todos os programas sociais, notadamente aqueles que destinam cotas ou oportunizam espaço para os menos favorecidos nas reservas que sempre foram propriedades quase exclusivas de elites econômicas durante gerações e gerações.

Rebaixamento do Brasil por agência de risco

Rebaixamento do Brasil!

Como a mídia, especialmente a Globo, comemorou o rebaixamento do Brasil, por uma agência Internacional, no chamado grau de investimento!  Uma verdadeira república de bananas e de macacos é o que somos?! A soberania nacional acabou, depois desse anúncio, meu Deus? O Brasil não é nada para esses vira-latas da mídia? A palavra da agência é verdade absoluta? Não há saída, começam falar os tagarelas da Globo News  Sardenberg e Cia: tem que aumentar os juros blá blá... tem que retirar mais direitos previdenciários blá blá... tem que fazer ajustes para manter o superávit primário e o bolo de bilhões de dólares para asseguar o pagamento da dívida brasileira. Dizem: 'o mercado está preocupado'. Que mercado? Anota aí: banqueiros e especulares. Dizem eles: 'são investidores.' Digo: especuladores! Como essa gente leva a sério essa 'safadagem econômica internacional'? Como levam a sério esses vadios do capital especulativo que vivem criando crises e predando países em crise para 'investirem', ou seja, praticarem a agiotagem e lucrarem bilhões. Por que ninguém fala da necessidade de uma Reforma Tributária que estabeleça justiça fiscal taxando o capital especulativo e as grandes fortunas? Não, dirão. 'Não podemos afugentar o investidor' (leia especulador, agiota). Temos é que motivá-lo e atraí-lo, dirão resolutos! Pergunto, como? Resposta honesta: 'Ferrando com os pobres e trabalhadores, retirando direitos sociais do povo e presevando  os interesses dos mega ricos da elite'.

Civilização contra a Barbárie

Sim à Civilização e Não à barbárie!

O ódio, a intolerância e violência contra religiões afrobrasileiras é mais um termômetro de uma época que está perdendo parâmetros civilizacionais conquistados há séculos; para citar dois: a Declaração de Diteitos do Povo da Virgínia de 1776 e a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789. Isso para não esquecer a Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas de 1948.

Vivemos uma época entorpecida pela ignorância e que, por isso, é tolerante com a violência, especialmente aquela voltada contra certas minorias que a sociedade rejeita: pretos pobres, adeptos de religiões de matriz afro e gays.

Vivemos uma época cinza que se volta contra a democracia e os direitos humanos.

É bom ficarmos atentos, pois se não cuidarmos de preservar a laicidade do estado, o respeito à democracia e a mínima prática da tolerância cidadã, não demorará muito e a sociedade começará novamente a queimar gente considerada infiél em nome de deus.

Cristianismo e Marxismo



Um Café Filosófico com Will Goya e Railton Nascimento Souza


No domingo, 18 de outubro, às 17h, Railton Nascimento e Will Goya debaterão sobre Marxismo e Cristianismo, no Pub Bolshoiem Goiânia.  Você é nosso convidado especial. Vamos conversar sobre os conceitos e pré-conceitos que circundam esses dois temas. Vamos tratar as  possibilidades e impossibidades de aproximação dessas duas visões de mundo.


A tolice

O que é a tolice?

Um amigo meu, filósofo, me disse que tem se sentido como peixe fora d'água em meio a essa onda de ignorância e de futilidade cultural e educacional da sociedade brasileira. Respiramos, segundo ele, sobretudo em Goiás, um ar miserável e paupérrimo de espiritualidade. Disse ainda que se sente cansado de ser civilizador na luta contra a barbárie e a tolice que faz com que os filhos da ignorância resistam ao saber e tenham aversão ao intelectual.A tolice sempre existiu, disse ele. Mas hoje ela está diplomada, está atrevida e não se envergonha. Ela virou elite. A tolice não se enxerga, pois é arrogante do alto do salto de sua ignorância, refletiu meu colega.  A tolice resolveu envergonhar o pensador, desafiá-lo... a tolice se tornou a história, a política, a religião,  a arte, a moral e a justiça, o amor ao banal. Ela tomou a direção do mundo. Ela está substituindo o oxigênio que respiramos. Concluiu o meu querido amigo: por isso estamos sufocados, e se não cuidarmos de encontrar balões de oxigênio ou ambientes pressurizados, morreremos...

Fim do Capitalismo

O fim do capitalismo ou o fim da humanidade

Não é necessário mais que meia dúzia de neurônios para compreender que estamos marchando firmes e acelerados rumo ao nosso fim coletivo. Quem é o grande vilão que nos conduz para o ocaso? O capitasmo! Não haverá futuro na terra se continuarmos com esse sistema que é guiado por uma razão instrumental bestial que depreda, extingue a vida, desmata, polui, aquece o planta, escraviza, desencanta, forma gente alienada, faz guerras, etorpece, gera miséria e monopólios bilionários nas mãos de poucos, adoece, enloquece, e lucra com a doença. Até o Stephen Hawking, já anunciou que nosso futuro, caso queiramos tê-lo, será em outros planetas. O que todos querem é que a economia mundial cresça, e de preferência a 10%. Mas como? Com quais recursos? Eles não são diretamente proporcionais. Desde o velho Malthus já sabíamos disso, apesar de nossas críticas a ele. Mas a lógica bestial da razão instrumental nos arrasta ao desenfreado processo de produção-em-massa-consumo-geração-de-lixo-e-danos-irreversíveis à-vida. O entorpecimento geral é tão grande que quem fala contra essa lógica é chamado de utópico, ambientalista romântico, anacrônico ou é 'xingado'  de socialista. Qualquer um que faça uma defesa mais forte do aprofudamento da democracia e de reformas que efetivem mais igualdade entre os homens, e estabeleça cíticas às facetas degradantes do capitalismo, recebe como resposta esse 'xingamento' que na verdade deveria soar como elogio. O nosso paradigma de desenvolvimento e de cidade ainda é aquele do final do séc XIX e início do séc. XX: energias e produtos derrivadas do Petróleo, com centralidade na indústria automobilística. Resultado: nossas cidades são um inferno quente e a cada vez mais poluídas pois foram pensadas para carros, industrias e coisas, e não pra pessoas. Estamos na era pedra lascada do desenvolvimento e não nos damos conta disso, ao que parece. Logo, o capitalismo bestial e monopolista degradante da vida terá inevitável fim e isso pode não tardar. Só esperamos que consigamos detê-lo antes que ele provoque nosso fim coletivo (Guerra, catástrofe sócio-ambiental). Mas qual sistema substituirá o capitalismo?  Temos que elaborá-lo sob outras bases e mentalidade, pois afinal a historia não acabou.