domingo, 12 de junho de 2016

Cultura do estupro

Existe cultura do estupro?

Cultura do estupro é a naturalização da violência contra a mulher. Quando alguém diz que essa naturalização não existe, já está sob o efeito dela. Faço um teste em diversas salas de aula onde trabalho. Pergunta às minhas alunas que estão entre 14 e 30 anos de idade, em média, se já ouviram grosserias nas ruas, insinuações, palavrões. Nem pergunto sobre violencia física, pois sei que seria muito constrangimento. É incrivel observar as mãos de quase todas levatadas. Quem fala grosserias nas ruas, se tiver oportunidade irá, certamente, mais adiante, sabemos. E depois pergunto aos meus alunos sobre a quantidade de vídeos com vulgarização,  banalização e objetificação da mulher eles recebem. Nesse momento ficam em alvoroço,  rindo e falando uns com os outros. A cultura machista, muitas vezes, reduz a mulher a objeto sexual, sem perceber isso. Ela está nas propagandas, nos 'encoxamentos' nos ônibus e metrôs, nas cantadas dos chefes, nas festas sertanejas ou nos bailes funks, ou mesmo em igrejas fundamentalistas que colocam a mulher numa condição subalterna.  Isso é naturalização de um hábito, de um jeito de tratar as mulheres. Portanto, os próprios homens deveriam, ao lado das mulheres, estar à frente dessa luta contra a naturalização da violência contra suas mães, irmãs, filhas, namoradas, esposas e filhas, mães, esposas e namoradas dos outros também, é óbvio.

Fim do capitalismo ou fim da humanidade

Fim do Capitalismo?

Ou o fim do capitalismo ou o fim da humanidade.

Não é necessário mais que meia dúzia de neurônios para compreender que estamos marchando firmes e acelerados rumo ao nosso fim coletivo. Quem é o grande vilão que nos conduz para o ocaso? O capitasmo! Não haverá futuro na terra se continuarmos com esse sistema que é guiado por uma razão instrumental bestial que depreda, extingue a vida, desmata, polui, aquece o planta, escraviza, desencanta, banaliza a cultura, massifica, forma gente alienada, faz guerras para usurpar riquezas, etorpece a consciência, gera miséria e monopólios bilionários nas mãos de poucos, adoece, enloquece, e lucra com a doença. Até o Stephen Hawking, já anunciou que nosso futuro, caso queiramos tê-lo, será em outros planetas. O que todos querem é que a economia mundial cresça, e de preferência a 10% ou mais. Mas como? Com quais recursos? Eles não são diretamente proporcionais. Desde o velho Malthus já sabíamos disso, apesar de nossas críticas a ele. Mas a lógica bestial da razão instrumental nos arrasta ao desenfreado processo de produção-em-massa-consumo-geração-de-lixo-e-danos-irreversíveis à-vida. O entorpecimento geral é tão grande que quem fala contra essa lógica é chamado de utópico, ambientalista romântico, anacrônico ou é 'xingado'  de socialista. Qualquer um que faça uma defesa mais forte do aprofudamento da democracia e de reformas que efetivem mais igualdade entre os homens, e estabeleça cíticas às facetas degradantes do capitalismo, recebe como resposta esse 'xingamento' que na verdade deveria soar como elogio. O nosso paradigma de desenvolvimento e de cidade ainda é aquele do final do séc XIX e início do séc. XX: energias e produtos derrivadas do Petróleo, com centralidade na indústria automobilística. Resultado: nossas cidades são um inferno quente e a cada vez mais poluídas pois foram pensadas para carros, industrias e coisas, e não pra pessoas. Estamos na era pedra lascada do desenvolvimento e não nos damos conta disso, ao que parece. Logo, o capitalismo bestial e monopolista degradante da vida terá inevitável fim e isso pode não tardar. Só esperamos que consigamos detê-lo antes que ele provoque nosso fim coletivo (Guerra, catástrofe sócio-ambiental). Mas qual sistema substituirá o capitalismo?  Temos que elaborá-lo sob outras bases e mentalidade, pois afinal a historia não acabou.
Railton Nascimento Souza

sábado, 11 de junho de 2016

Aprendendo com Zigmunt Bauman o que é um projeto de vida

Nesse vídeo Bauman diz que sua geração aprendeu com Sartre a ter um projeto de vida. E que a geração atual sequer prevê o que acontecerá em sua vida no próximo ano. Numa modernidade líquida, as relações sociais se fazem e desfazem com uma facilidade que o passado não conheceu. O desafio para ter um projeto de vida nesses tempos é ainda maior. Sócrates figura como um modelo de vida autêntica, não para ser copiado em sua identidade, mas para que possamos aprender que construir a próprio identidade abre possibilidadea de fato para o caminho em direção à vida feliz. Claro, no plano coletivo seria necessário reunir novamente política e poder, casamento que a época contemporânea rompeu, esvaziando política de poder, disseminando-o em diversos pólos muitas vezes incontroláveis do mercado, dos fluxos de capitais, da interconexões da própria criminalidade. Resgatar a noção de comunidade,  poder de fato político democrático que equibra liberdade e segurança,  e projeto de vida autêntico, talvez seja mesmo algo interessante.