segunda-feira, 16 de março de 2009

Na tarde do 16 de agosto de 2002 expressei o que sentia, da seguinte forma:

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Eu quis dizer algumas coisas hoje



Eu quis dizer coisas.
Não, não é poesia.
São palavras jogadas a esmo.
É bom ter um coração batendo.
Quantas fases passamos na vida.
Quantas metamorfoses.
Assumir a plasticidade.
Tornar a vida uma obra de arte.

Sim, admiro Epicuro.
Viver com os amigos.
Que tédio a vida sem eles.
Eu não teria mais pulso.
Afastar-se do amargor.
Das ações não razoáveis.
Pensar e agir bem.
Atingir a ataraxia.
Fazer uma coroa, enquanto as flores estão frescas.
Coroar continuamente a vida.
Flor e vida murcharão.
Guardar as cinzas.

Quero a coragem de Nietzsche.
Não ser filho do próprio tempo.
Afirmar a vida.
Jamais limitar o homem.
Seguir rumo ao Além do Homem.

Como entregar o cetro a um garoto?
Admiro a coragem desse jovem imperador.
Alexandre.
Aristóteles fracassou?
Vida curta e intensa.
Garoto imperador.
Poder e glória.
O mundo aos pés.

Kant era feliz?
A razão.
Os juízos.
O conhecimento do fenômeno.
O devotamento.
A eticidade.
E o gozo?
E a irracionalidade da paixão?
Um brinde a Kant e a seus discípulos.

O vício e a virtude.
O normal e o anormal.
O sadio e o patológico.
O confinamento.
A disciplina.
Viva ao marques.
A medida exata do homem.
A experiência completa.
O vício e a virtude.
O prazer e a dor.


Abelardo que o diga.
Paixão que corta a carne.
Preço alto.
Mestre e discípula.
Lei divina e instinto.
A perturbação do espírito.
O refúgio e o silêncio da abadia.

A dor destrói e constrói.
A solidão.
Alma assolada.
Sangue derramado.
As noites inquietantes.
As pontas de cigarro.
As latas vazias.
O medo do futuro.
A dor ensina.
Prozac adia.

A alma de Voltaire.
Fazer guerra com as palavras.
Não se curvar.
Ser intelectual.
Ter um espírito filosófico.
Homem do mundo.
Nunca escritor estéreo.

Questões sérias.
O sorriso das crianças.
O perfume das flores.
O amor entre as pessoas.

Substituir as relações institucionais.
Sabotar o poder da sujeição.
Eleger a amizade como ideal.
Encontrar nela um alento para a vida.

Lúcio Packter.
Filosofias tecidas nos pré-juízos.
Cada um é realmente um.
O um em relação com é medida do infinito.
Fugir das poluições semânticas.
Desfazer armadilhas conceituais.
Amar o vinho e a vida.
Gostar de ser gente.
Gostar ou não de gente.

Bruno! Bruno! Padre filósofo.
Homem santo.
Ainda jaz no inferno.
Salve Clemente VIII!
Bruno.
Sócrates em Veneza.
Bruno purificado pelas chamas.

Campanella.
Jovem inquieto.
Para viver fez-se louco.
Preso.
Livre.
Esperançoso.

Gosto de Roterdan.
A loucura é a salvação.
Padre Erasmo.
Nada mudou.
Você é atual.

“É a verdade que assombra,
O descaso o que condena,
A estupidez o que destrói...”
Talvez os bons morram mesmo jovens.
Aprendi isso em julho de 1976.

Família, família, família.
Princípio e princípios.
Meio.
Fim de tudo.
Voltar para onde?
Para os braços de quem?

Todos dizem fique.
Aqui é o seu lugar.
Por que rodar mundo?
Não vale a pena metamorfosear.
Faça uma tenda, dizem.
Fixe seu corpo e sua mente.
Mas meu corpo é a minha mente!
Fixar jamais!
Admiro as águias apesar de serem solitárias.


quinta-feira, 12 de março de 2009

Vejam um trecho de um diálogo entre eu e o advogado Charles Leonel Bakalarczyk, do Rio Grande do Sul, ainda sobre o Episódio Plim Plim! O casal Bonner e os criminosos sem Terra.



Prezado Railton:

Note que crime houve, porque pessoas foram mortas. No entanto, responsabilizar todo o MST (ou integrantes do MST) antes de uma investigação e do devido processo legal é ato que ofende o patrimônio jurídico dos ofendidos e estremece os alicerces do Estado Democrático de Direito.A grande mídia empresarial sempre age assim, em nome da liberdade de imprensa, que considera absoluta.Penso que devemos rejeitar esse procedimento (não o princípio da liberdade de imprensa, mas sua absolutização), em nome do Estado Democrático de Direito. E devemos rejeitar essa ação mesmo que o ofendido da vez seja nosso adverso político.
Um abraço, Charles

Minha resposta:


Charles Leonel, boa noite.

Concordo com você. Não podemos aceitar sob prextexto ou alegação alguma, de quem quer que seja, o prejuízo do Estado Democrático de Direito. Como bem afirmou você os MCM ( meios de comunicação de massa) são imprensas empresariais e defendem assim uma "liberdade de imprensa" restrita a esse universo. Não vejo uma defesa de uma liberdade de expressão como valor absoluto. O que fazem é um discurso cínico. O que defendem é um discurso, subproduto ideológico, que enverniza o que são de fato: autoritários e reacionários. O recente episódio do editorial da FSP(folh de São Paulo) que qualificou a ditadura brasileira como DITABRANDA, deixa isso claro. As respostas ao famigerado editorial foram repudiadas, inclusive a de intelectuais respeitados, como foi o caso de Fábio Konder Comparato, jurista da USP. Esses veículos (MCM) brasileiros quando não foram gestados pelo Estado Autoritário, a ditadura, foram pelo menos por ele nutridos.

Admito como você que crimes houve e que as suspeitas primeiras recaem sobre os membros do MST. O que faço quando abro essa discussão é tentar desvelar os jogos de linguagem, demonstrar como a informação, despropositada, é previamente preparada para atingir objetivos também previamente pretendidos.

Há quem diga a mim: você perde tempo assistindo jornal nacional? Respondo: esse não é o caso. O fato é que milhões de brasileiros ( inclusive centenas de alunos meus) ainda assistem. Estou aqui plugado nos mídias alternativas, mas também não posso deixar de observar o que a Grande Mídia anda plantando por aí. Não posso discutir somente Hegel em sala de aula, mesa de bar, ou na iternet, enquanto os jogos de poder, os discussões que se pretendem hegemonicos estão em franco processo de difusão pelos AIR'S ( Aparelhos ideológicos de Estado) como afirmava o velho Louis Althusser.

Como também pensava Foucault, o papel do intelectual não é libertar ou conscientizar niguém. É apenas dizer, falar, demonstrar como são constituídos os discursos de poder, a construção do estatuto da verdade.Penso, Leonel, que a ditadura brasileira ainda está nos nossos poros. A nosso cidadania ainda é muito incipiente. Nosso povo e, a até, pessoas ditas esclarecidas, tem medo de discordar, criticar, participar do debate. Não temos noção do estrago que a ditadura brasileira causou nos psiquismo da nossa socieade. Somos subservientes e bonzinhos demais. Tudo em nome de consensos e da paz social.

Nosso Estado de Direito precisa crescer muito no exercício da cidadania ativa. Há uma guerra velada, restrita a alguns milhares, pela manutenção dos consensos sociais, jurídicos, políticos e econômicas. Afirmo tal qual você o valor do Estado Democrático de Direito ainda que, é verdade, tenhamos que defender o direito daqueles que estão legítimante defendendo o contraditório do que afirmamos.

Salve o Rio Grande do Sul! Salve a história de luta desse povo gaúcho!

Abração,

Railton

CASO VOCÊS QUEIRAM VER A DISCUSSÃO NA ÍNTEGRA ENTREM EM:

http://blogln.ning.com/forum/topics/plim-plim-o-casal-bonner-e-os?page=3&commentId=2189391%3AComment%3A99730&x=1#2189391Comment99730

sábado, 7 de março de 2009

Recentemente, no dia 17 de fevereiro, a Folha de São Paulo, mais um veículo de comunicação da reacionária elite paulista, parceira de discurso e ideologia da Veja, que tem suas reportagens repetidas e "rotadas" todos os dias nos quatro rincões desse país, ao crititicar o governo do Presidente venezuelano, qualificando-o de Ditatura, referiu-se à ditadura brasileira (1964 a 1984) com DITABRANDA.
As reações (contrárias) a essa atitude deslavada e cínica, que desrespeita tantos que até hoje choram as mortes de seus filhos e que buscam judicialmente os reparos para a perdas fiísicas, morais e psíquicas que sofreram nos porões de órgãos tais como DOPS, DOI-CODI, Aeronáutica, Marinha e Exército.

Observem a reação do sociólogo Edival Nunes Cajá proferia em carta dirigia a esse veículo de comunicação:



Senhor editor da Folha de São PauloComo antigo assinante deste jornal, uso o espaço destinado aos leitores para comunicar-lhe que depois de ler e reler o editorial do dia 17 de fevereiro sobre Venezuela e as Ditaduras na América Latina dos anos sessenta e setenta em que a famigerada Ditadura brasileira foi considerada “Ditabranda” e ainda depois de ler o conteúdo desrespeitoso da resposta deste Jornal às críticas dos respeitadíssimos professores Fábio Comparato e Maria Benevides da USP tratando do erro histórico cometido pelo editorialista, cujo nome desconhecemos, tomei a decisão de cancelar a minha assinatura e também de não comprá-lo nas bancas.
Para o senhor poder conferir, segue o número do código da assinatura 5935180 e o nome da funcionária (Tábata) que de forma gentil tentou me demover. Eu disse-lhe educadamente que somente com a publicação de outro editorial pedindo desculpas às famílias dos cinco mil exilados, quarenta mil encarcerados e torturados e quinhentos mortos e “desaparecidos”, cujas mães ainda os espera, nem que sejam seus restos mortais para dar-lhes uma sepultura digna do seu heroísmo e poder aplacar esta dor sem fim. É claro que estes dolorosos números acima só serão exatos quando o governo tiver a coragem de abrir os arquivos do terror do Exército, Marinha e Aeronáutica.
Para que não me acusem de usar o anonimato, sou sociólogo pela UFPE, presidente do Centro Cultural Manoel Lisboa de Pernambuco e fui sequestrado, torturado e encarcerado do dia 12 de maio de 1978 a 01 de julho de 1979 (final do governo do general Geisel e início do Figueiredo), quando era estudante universitário, membro da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de Olinda e Recife, sob a orientação de Dom Helder Câmara e assessor da CNBB- NE, II.Desejando apenas contribuir com o imenso trabalho que terão os verdadeiros historiadores do nosso país quando tratarem daquele período, aguardo a publicação desta.
Edival Nunes Cajá
Recife, 02 de março de 2009.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Avelino conquista anistia política!

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JC Carlos Avelino lutou contra a ditadura militar aqui no Brasil, ainda no final da década de 60 e, depois quando no exílio na cidade do Chile e em Paris, durante os anos 70.

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Cassado pelo Decreto-Lei nº 477, o professor doutor JC Avelino da Silva, do Departamento de Filosofia e Teologia da Universidade Católica de Goiás, acaba de conquistar anistia política em processo encaminhado à Comissão de Anistia, do Ministério da Justiça, que foi julgado na sexta-feira, dia 27, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Rio de Janeiro. O professor e advogado Pedro Sérgio, que o representa nesse processo, mandou o advogado de seu escritório, Guilherme Menezes, para acompanhar o julgamento. Avelino não pôde comparecer por causa de suas obrigações acadêmicas.
Em um auditório lotado, estiveram presentes na solenidade a mãe do professor José Carlos Avelino da Silva, Eunice de la Cerda Avelino, a irmã, Ana Maria Avelino da Silva, e a primeira mulher dele, Sonia Maria Goulart Sales, que moram no Rio de Janeiro. A sessão foi realizada no Rio de Janeiro e não em Brasília porque todos os anistiandos moravam naquela cidade à época dos acontecimentos.
A Comissão de Anistia, do Ministério da Justiça, reconheceu a sua condição de anistiado e, em nome do Estado brasileiro, pediu desculpas pelos transtornos que o Estado lhe causou por cerca de dois anos de cadeia e pela cassação dos direitos políticos por 10 anos, que cumpriu, ambos. Foi aprovada uma indenização financeira para ele. O ministro Paulo Vanucchi, secretário especial de Direitos Humanos, esteve presente na abertura da solenidade e falou do esforço que o atual Governo tem feito para reparar os danos causados aos perseguidos políticos e a suas famílias.

Avelino, saudações marxianas! Saudações da liberdade! Saudações democráticas!

Admiro muito você, sua trajetória, sua luta, disposição para a produção, para a construção de um mundo melhor. Fiquei imensamente feliz com essa conquista sua. Você foi poupado pelo Universo. Sua vida foi preservada. Isso não foi sorte de roleta russa. Creio que o propósito da sua existência, enquanto ente presente no mundo, na história, deveria (por força diria eu inefável) realizar-se plenamente.

Esse reconhecimento do Estado brasileiro é o mínimo. O mínimo, diante do seu sofrimento e perdas. Você entra hoje, publicamente, juridicamente, políticamente e historicamente para a ala dos homens que construíram a história recente desse país, que lutaram e construíram a democracia ( ainda que essa tenha suas fragilidades provenientes do próprio sistema econômico). Parabéns professor Avelino. Parabéns amigo Avelino. Parabéns!

Railton



terça-feira, 3 de março de 2009



Vejam a resposta de amigo a minha provocação Plim! Plim!

Trata-se de Eduardo Corso, filósofo e docente experiente, com anos de trabalho. Mudou recentemente para o litoral, Natal/RN. Vale a pena ler:

"Sua cabeça anda bastante inquieta.

Ultimamente ando pensando no seguinte. Como a sociedade brasileira gosta de monopólios. Veja: Quem está acostumado a comprar no Carrefour, compra quase sempre por lá. Repete restaurantes, bares, shopping, assuntos... frequenta quase sempre os mesmos lugares. Dai que o dinheiro vai se concentrando nas mãos dos mesmos. Não democratiza a renda. Não distribui. Assim quem é novidade, não é tradição, fica na periferia, fora do circuito. Não ganha dinheiro o tanto que gostaria.
Daniel Dantas é figurinha repetida. Assunto esgotado. Corrupção lida e relida. Vamos adiante.
Por que somos ritualistas? As pessoas quase sempre saem de casa nos mesmos horários, pelas mesmas ruas. Os congestionamentos são diários. Parece que a história parou. O capitalismo está parado nas suas relações sociais, está estagnado. A escravidão econômica, o racismo, a violência não param de se repetir. Por que? Uma sociedade engessada, o pensamento está engessado, petrificado...quem tem feito bom uso da criatividade é a publicidade. Paguem que seremos criativos, novamente a repetição da compensação.
O mesmo jornal, o mesmo canal de tv, as mesmas músicas...Por que somos ritualisticos? Quem nos transformou em marionetes? O sistema? Então fomos sistematizados. Sofremos lavagem cerebral e não nos demos conta. Até o esclarecimento, a sua dimensão crítica está dentro da programação. Alguém está falando por nós. Não tem ouvido vozes ultimamente? "

Um grande abraço. Edu

segunda-feira, 2 de março de 2009

Amigos, acabei de assistir o Jornal Nacional, hoje 02 de março, e resolvi escrever o que analisei de uma matéria sobre o MST e o Governo Lula. Vai lá:
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Plim, Plim!
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O casal Bonner e os criminosos Sem Terra!
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Sobre o caso da ocupação da fazenda de Daniel Dantas eles dizem:
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* Dantas é um dos sócios da fazenda, não dono.
* Omitem que a fazenda está situada em Eldorado do Carajás, região de conflito e de massacre de sem terras.
* Pegam um caso isolado, de outra região, onde integrantes do MST são acusados, mesmo não havendo provas contra eles, de matarem seguranças de uma fazenda, e tentam colar uma matéria na outra.
* A intenção é sensibilizar a população contra o MST. É deixar uma mensagem subentendida segundo a qual os militantes desse movimento são criminosos. É macular o governo.
* Entrevistam o Ministro Tasso Genro que afirma não haver aumento da violência por causa desse suposto crime e nem por causa da ocupação. O ministro diz que o Estado deve apurar os crimes quando provocado.
* Reproduzem a entrevista do sábio Lula, que diz que não podemos admitir que matem quatro pessoas com o pretexto da legítima defesa ("e não podemos mesmo"). O Presidente afirma que a justiça deve apurar então as responsabilidades. ("Isso já está sendo feito").
* O casal omite as centenas e milhares de mortes de trabalhadores nos campos do Brasil, nas útimas três décadas, a maioria delas nunca divulgadas no Jornal Nacional.
* De uma forma tão pura, ingênua e despropositada tentam criar na população a sensação que há uma divisão entre Presidente e seu ministro, no caso o Tasso. Tentam manchar o governo.
* O casal global tenta assim, não por eles mesmo mas pelo Senhor das Trevas (diretor de jornalismo da Globo), causar o sentimento de indignação na população do tipo: olha aí um Ministro acobertando crimes.
* O casal procura descolar da matéria e do caso o pivô dessa ocupação da fazenda do Dantas, o Gilmar Mendes. A invasão ocorreu em protesto contra os comentários do Nobre Ministro, presidente do STF.
* O casal trata Daniel Dantas como um honroso cidadão e não como um bandito condenado pela justiça. Caso fosse um dos seus inimigos (petistas, militantes de esquerda, sindicalistas, membros de movimentos sociais...), mesmo não havendo provas ou crime, já estariam condenados.
Eles conseguem sim convencer tantas pessoas simples, sem formação. Pessoas outras que renunciaram, ou nunca se dispuseram a usar por conveniência, a criticidade da própria mente.
Boa noite!

domingo, 1 de março de 2009

MST ocupa fazenda de Daniel Dantas
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Ação foi um protesto contra as declarações do ministro em relação ao movimento
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A fazenda Castanhal do Espírito Santo, de Daniel Dantas, situada na região de Eldorado dos Carajás, foi ocupada na madrugada dessa sexta-feira pelo Movimento de trabalhadores ruais Sem Terra. A liderança do MST, no local, informou que o motivo da ocupação é mesmo um protesto contra as declarações do nosso famigerado ministro do STF, Gilmar Mendes, quando esse afirmou e reiterou que o governo age ilegalmente ao conceder verbas ao referido movimento social.
O ministro foi muito questionado (houve mesmo uma guerra de idéias e de informações envolvendo o delegado federal Protógenes Queirós, Dantas e seus advogados, a mídia, Gilmar Mendes e a opinião pública) quando concedeu dois habeas corpus ao dono do banco Opportunity que fora preso por ordem do juíz federal Fausto de Sanches, de São Paulo. O mesmo juíz que condenou Daniel posteriormente.
O MST questiona com sua atitude, o telhado de vidro de Gilmar Mendes. Questiona o fato de ele não questionar fatos. O MST nos provoca a pensar as bases de nossa sociedade. O MST nos provoca a pensar em mudanças:
* A fazenda de Dantas está numa área de assoramento, ou seja, numa área concedida pelo governo, durante a década de 70, a fazendeiros para o cultivo exclusivo de castanhas e não para a agropecuária como faz esse réu, condenado pela justiça federal.
* O MST questiona o motivo que fez Gilmar Mendes defender com tanta atitude de advogado (ele é mesmo um advogado que foi indicado pelo então Presidente FHC para ser ministro) que juntamente com outros do PSDB, DEM e afinados, estabeleceu relações tão próximas com esse condenado, durante o ritual macrabro que ficou conhecido como PRIVATARIA.
* Dantas é o símbolo maior dessa tragédia nacional, sacerdote que sacrificou divisas, capital nacional, empobrecendo ainda mais nosso povo. É o símbolo vivo da corrupção que mata e afunda na miséria milhões de brasileiros.
* Gilmar Mendes está muito distante do ideal de justiça personificada, do magistrado que mantém uma postura equidistante, équo. É uma vergonha para uma casa, o Supremo Tribunal Federal, que têm figuras extraordinárias, como o Ministro Ayres Britto. Gilmar está mais próximo dos nobres, do outrora Império Brasileiro, condecorados com honrarias e títulos pelos monarcas.
* O MST questiona um país tão desigual que não faz e nem fez mesmo as reformas básicas ( a agrária por exemplo). Até mesmo países que são exemplos de capitalismo, fizeram. Todos os países considerados atualmente capitalistas e desenvolvidos fizeram a reforma agrária.
* É preciso que saibam que as primeiras reformas agrárias aconteceram nos Estados Unidos, a partir de 1862. Até à Primeira Guerra Mundial toda a Europa ocidental já tinha feita a reforma agrária.
* Entre a primeira e segunda guerra foram realizadas reformas agrárias em todos os países da Europa oriental.
* Depois da 2ª Guerra Mundial países tais como Coréia, Japão e as Filipinas fizeram também suas reformas e democratizaram o acesso à terra.
* O MST questiona, na verdade, a atitude da Elite Nativa, banqueiros, donos dos grandes meios de comunicação, industriais, latifundiários, os vérmes especuladores que fazem os pequenos burgueses repetirem em coro, mesmo alienadamente uma uníssona voz contra todo o tipo de programa social e de distribuição de riquezas, ainda que por meio desses programas e bolsas, os miseráveis façam compras nos comércios deles.
* O MST questiona as bases escravocrátas (temos o orgulho de ser um dos últimos países do planeta a "libertar seus escravos" e de ainda não tê-lo feito integralmente, convivemos hoje com eles em pleno séc. XXI) e ainda monárquicas da sociedade e mentalidade brasileiras.
Nossa República ainda é muita atrasada. Conserva um legado de injustiça, de escravidão ( nos orgulhamos de ter mucamas em nossas casas nos servindo em troca de casa e comida) e de miséria que invialiliza mesmo o capitalismo que tanto é defendido por aqui.