domingo, 12 de junho de 2016

Cultura do estupro

Existe cultura do estupro?

Cultura do estupro é a naturalização da violência contra a mulher. Quando alguém diz que essa naturalização não existe, já está sob o efeito dela. Faço um teste em diversas salas de aula onde trabalho. Pergunta às minhas alunas que estão entre 14 e 30 anos de idade, em média, se já ouviram grosserias nas ruas, insinuações, palavrões. Nem pergunto sobre violencia física, pois sei que seria muito constrangimento. É incrivel observar as mãos de quase todas levatadas. Quem fala grosserias nas ruas, se tiver oportunidade irá, certamente, mais adiante, sabemos. E depois pergunto aos meus alunos sobre a quantidade de vídeos com vulgarização,  banalização e objetificação da mulher eles recebem. Nesse momento ficam em alvoroço,  rindo e falando uns com os outros. A cultura machista, muitas vezes, reduz a mulher a objeto sexual, sem perceber isso. Ela está nas propagandas, nos 'encoxamentos' nos ônibus e metrôs, nas cantadas dos chefes, nas festas sertanejas ou nos bailes funks, ou mesmo em igrejas fundamentalistas que colocam a mulher numa condição subalterna.  Isso é naturalização de um hábito, de um jeito de tratar as mulheres. Portanto, os próprios homens deveriam, ao lado das mulheres, estar à frente dessa luta contra a naturalização da violência contra suas mães, irmãs, filhas, namoradas, esposas e filhas, mães, esposas e namoradas dos outros também, é óbvio.

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