Álvaro Dias: embaixador dos golpistas
Por Altamiro Borges
O senador tucano Álvaro Dias parece que deseja ocupar o posto de Demóstenes
Torres como expressão maior da direita nativa. Além de se apresentar como
"paladino da ética", na mesma trilha do ex-demo, ele tem assumido posições cada
vez mais reacionárias. Agora, o líder do PSDB do Senado resolveu também ser o
"embaixador" dos golpistas do Paraguai, tornando-se referência da direita na
América Latina.
Ontem (5), ele viajou a Assunção para uma "agenda apinhada", segundo relata
o blogueiro Josias de Souza, da Folha. Disse ter sido convidado pessoalmente
pelo presidente golpista Federico Franco. "Terei audiência com o presidente da
República, com o presidente da Suprema Corte, do Congresso e com o ministro das
Relações Exteriores”, jactou-se Álvaro Dias. Ele também pretende se encontrar
com a delegação da OEA, que visita o Paraguai para analisar o "impeachment
sumário" do presidente Fernando Lugo.
Missão diplomática ou servilismo?
Nesta "missão diplomática", o novo "embaixador" pretende reafirmar o seu total apoio à oligarquia golpista e também montar palanque para a oposição demotucana no Brasil. O senador tucano tem criticado duramente a decisão do Mercosul de suspender o Paraguai e, principalmente, de aprovar o ingresso da Venezuela no bloco regional. Para ele, a presidente Dilma Rousseff foi a principal culpada por este "golpe".
O PSDB inclusive estuda a possibilidade de recorrer ao STF contra o voto do
Brasil pela incorporação da Venezuela. O partido acionou sua assessoria jurídica
e conta com a ajuda de Celso Lafer, ex-ministro das Relações Exteriores de FHC
que ficou famoso por tirar os sapatinhos nos aeroportos dos EUA - num caso
patético de servilismo. "Se os advogados considerarem que é possível, vamos ao
STF", afirma Álvaro Dias.
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